terça-feira, maio 27, 2008

Mobile Museum of Gem Sweaters

Leslie Hall é uma artista americana que não tem qualquer pudor em utilizar os aspectos mais populares e/ou banais da nossa cultura ocidental a seu favor e executa-o de uma forma genial. Este museu das camisolas decoradas é um pequena preciosidade.

Leslie começou por ficar celebre quando rompeu com os padrões e concorreu para rainha do baile no seu secundário, a famosa Prom Queen, e ganhou. Tem três albums de música editados e não se sai nada mal na pintura. A internet é, no entanto, o meio no qual tem feito mais sucesso.

Força Leslie!

as fotos acima foram retiradas de uma sessão feita para o site viceland e são da fotógrafa Laura Waal.

Uma praga do século XXI ou a mais antiga ocupação feminina?

Muitos dirão que eu tenho demasiado tempo livre para descobrir estas coisas... Não é verdade. O que eu tenho é o vício de procurar estas coisas.

O lado negro, o mais escondido, da violência doméstica. O abuso de homens. Homens indefesos, presos, tal como tantas mulheres, a relações doentes e carregadas de violência. Homens agredidos física e psicologicamente todos os dias. Homens violados. Homens com vontade de permanecer indefinidamente no seu cubículo lá na empresa.

É preciso ter coragem para falar, para quebrar o ciclo vicioso.

Alguns sinais preocupantes:

A tua companheira quer saber SEMPRE onde tu estás?
A tua companheira acusa-te frequentemente de a traíres? (nota bem que se de facto a estás a enganar provavelmente mereces algumas das coisas que ele te faz)
A tua companheira desencoraja-te de teres relações sociais com amigos e família?
A tua companheira força-te a teres relações sexuais com ela?

Se respondeste que sim a, pelo menos, três destas perguntas, então deves procurar ajuda.
Reparem que não coloquei a pergunta "A tua companheira costuma dar-te porrada frequentemente?". Achei que nesses casos um gajo já percebeu que qualquer coisa deve andar mal.

Provavelmente é mais barato, mas não necessariamente mais fácil, arranjar outra mulher ou então desistir delas para sempre e abraçar, com todo o entusiasmo e nenhuma vergonha, o fantástico mundo da pornografia descarregada da internet. De qualquer das formas dar porrada de volta ou rebater com o mesmo tipo de atitudes só vai prolongar o sofrimento de ambos.

A América, origem de todos os males e de todas as curas, chega a ter mais de 400 000 casos, por ano, de objectos arremessados a cabeças masculinas por mulheres e é estatisticamente mais provável um homem abusado ser esfaqueado do que uma mulher. Por outro lado a violência feminina contra os homens é por vezes escondida por vergonha ou ignorada porque muitas delas não têm realmente força suficiente para magoar um tipo. Um homem só se apercebe quando está a levar com a torradeira na mona.

Existe o site BatteredMen.com onde podes procurar ajuda.

quarta-feira, maio 14, 2008

Goodnight Irene ou o sorrateiro avanço da minha velhice


Já há algum tempo que não escrevo no blog e tenho pendente um post sobre o filme "I'm Not There" de Todd Haynes, mas a morte de Robert Rauschenberg aos 82 anos e o filme "Goodnight Irene" de Paolo Marinou-Blanco fizeram-me pensar um pouco sobre a dificuldade que é envelhecer e sobre a forma como, de um modo ou de outro, eu me coloco sempre como o mais velho - algo cada vez mais frequente - ou então o mais novo. Estes extremos definem as duas posturas fundamentais da minha existência perante os outros, quer pela minha profissão, quer pelo meu feitio de eterno adolescente. Definem porque, por qualquer motivo, eu vou deixando que definam e as posturas paternalistas alternam com as rebeldes e inconformadas constantemente. No filme "Goodnight Irene" o personagem Alex diz não ter aprendido nada à medida que foi envelhecendo. Ele sabe que não é verdade mas ao mesmo tempo não consegue perceber que processo é esse que não o deixa agir em conformidade com o que aprendeu. Entendo perfeitamente o que ele diz. A idade adulta é sorrateira na forma como, num ápice, nos invade o rosto, planta alguma solidão e nostalgia mas deixa sinais interessantes de auto-segurança e de firmeza. O filme de Paolo Marinou-Blanco é interessante. Tem diálogos muito inteligentes e um projecto bem definido. A resolução da história não me parece tão bem resolvida como o seu miolo e a utilização da voz off acaba por solucionar problemas narrativos mas sem a convicção necessária. A morte, essa etapa final para todas as histórias, ainda não me assusta mas assusta-me a ideia de uma retirada demorada porque tal como Alex o diz "Toda a gente respeita quem está a morrer mas ninguém tem muita paciência para os que demoram demasiado tempo". Este é um filme sobre a amizade e a solidão, sobre a forma como uma não pode nunca existir sem se conhecer a outra.

Robert Rauschenberg 22 de Outubro de 1925 – 12 de Maio de 2008



A propósito da morte de Robert Rauschenberg aqui fica uma pequena entrevista sobre o famoso "Erased De Kooning's Drawing".