segunda-feira, janeiro 26, 2009

Esta é para ti Zé Ramone!

"He's in love with rock'n'roll woaahh
He's in love with gettin' stoned woaahh
He's in love with Janie Jones
But he don't like his boring job, no..."

Mas tu gostas e isso também é engraçado.

Ninguém rocka como tu Zé Ramone!

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Can they?



Hoje pode ter sido o primeiro dia do resto das nossas vidas... Ou então não.
Obama fez o seu discurso para a América mas também para fora. Foi um discurso conciliador mas não deixou de ser muito crítico da política americana dos últimos anos "Our economy is badly weakened, a consequence of greed and irresponsibility on the part of some but also our collective failure to make hard choices and prepare the nation for a new age." Apesar de tudo ainda há sinais de um qualquer eixo do mal e da ideia de que deus comanda o destino dos homens. A palavra "God" faz parte do discurso político americano quase tanto como num discurso de um qualquer mullah a anunciar a sua fatwa. Quase nunca vejo grandes diferenças. Obama tentou ser diferente mas não deixou de lembrar quem manda por aqueles lados... Deus. Pelo menos assumiu a posição de governante e apresentou metas políticas e sociais louváveis. A consciência de que o trabalho é de todos e o caminho é duro. Realçou a importancia de criar empregos e um sistema de saúde sólido e mais barato à custa de mais tecnologia e ciência. Saír do Iraque e fomentar a paz com todos. É interessante analisar as "word clouds" dos vários discurssos dos presidentes americanos. Aqui ninguém quer saber.

Barack Hussein Obama pode salvar vidas só pela cor da sua pele e pelo seu nome, mas promete mais. Quero adormecer a imaginar que é um super-homem e cumpre as sua promessas. Amanhã quando acordar tudo irá ser mais cinzento e os desafios menos poéticos do que um discurso inflamado. O cartaz de Shepard Fairey diz "HOPE" e eu tento ter alguma esperança. Custa-me, no entanto, que uma nação como os Estados Unidos da América tenha tanto poder e influência nas nossas vidas, enfim, custa-me isso com qualquer nação. Custa-me muito. Hoje vou ter uma centelha de esperança. Por uma noite.

...

nota de rodapé:

falei ao telefone com a Martha que está no México e ela está bem melhor de saúde. está a aprender espanhol. fiquei muito contente. ela está feliz e vai ver os Radiohead em Março na Cidade do México! Grrrrrrr..... (inveja)!

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Dás-me vontade de pintar...

Faltam-me os filmes... Faltam-me muito os meus filmes!
Na sala, naquele escuro mágico que me transporta para lá das coisas.

Falta-me a pintura... Faltam-me muito as minhas tintas!
As minhas formas e cores falam muito mais do que eu consigo dizer.

Abandonei o meu reino por outro várias vezes, agora tenho um reino desgovernado, gigante e cruel.
Quero voltar para casa.

Um dia escrevi num desenho:

"I kissed your pierced lip and died"

... gosto muito dessa frase

quarta-feira, janeiro 07, 2009

Pois... 2009.


Para primeiro post do ano tinha pensado escrever algo verdadeiramente significativo, mas isso nunca aconteceu antes e não era agora que ia começar...

O país está em recessão, o mundo todo está em recessão. Isso significa que alguns tipos ricos, daqueles que investem dinheiro em coisas verdadeiramente luminosas em flatcreens alojados em cubículos entre Lisboa, Londres, Berlim, Nova Yorque ou Tóquio vão começar a pensar seriamente em fazer correr lâminas afiadas ao longo dos seus pulsos antes cobertos por pulseiras de relógios suiços que davam para pagar a minha casa. Já não era sem tempo. Não consigo ter pena.

Claro que a minha existência eminentemente burguesa me deveria conduzir a uma opinião mais ou menos conservadora e reservada sobre isto tudo, mas não resisto. Adoro todos os minutos e observo nervoso o avançar do cancro alimentado por esta gente criativa e engraçada - os contadores de moedas desajeitados do século XXI. Quando é que me vai chegar? Revejo na minha cabeça imagens da Farm Security Administration, que registou por intermédio de fotografos como Dorothea Lange ou Walker Evans imagens da depressão de 1930, e fico à espera da grande fome. Há quem me diga que a corrupção em que vivemos é uma espécie de fungo sem o qual não podemos existir... tipo penicilina. Ás vezes acredito mais do que outras mas não gosto nada da ideia e custa-me reconhecer que pouco faço para desmascarar a burla e ainda menos para ajudar quem realmente precisa.

O meu exército enfraquece à medida que se afasta do falso general e sinto-me fraco para comandar tropas neste momento. A mensagem anda fraca e igualmente em recessão por estes lados.

Apetece-me falar de amor mas o blog do meu irmão encarrega-se disso muito melhor do que eu. Devo dizer que tenho tido momentos bonitos com um rosto bonito que me faz sentir bem e esquecer que tenho de me apaixonar de vez em quando. A felicidade faz-se sobretudo de coisas pequenas e simples.

Um 2009 cheio de obras para os meus soldados e cheio de mim para as minhas musas...

...e já agora cheio de saúde para o pai fundo e força para a mãe sameiro,

é o que desejo.