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artes plásticas... cinema... poesia... política... sei lá! ... basicamente as ideias todas a monte... o que passa pela cabeça e que escapa pelos dedos...
quarta-feira, dezembro 12, 2012
Feliz Natal!
quinta-feira, dezembro 06, 2012
Carta aos meus alunos.
Hoje decidiram protestar nas ruas. Não apoiei a decisão apesar de defender a sua justiça. Creio que o momento certo ainda está para vir. É o meu lado estratega a pôr-se à frente do impetuoso.
Devo, no entanto, salientar a justiça do protesto. As medidas resultantes da aplicação da legislação mais recente no ensino artístico trazem graves injustiças no vosso acesso ao ensino superior.
Em causa estão os exames de Português e Filosofia a aplicar já este ano mesmo ao 12º ano e a não utilização das classificações da P.A.A. e da F.C.T. no cálculo da média de acesso ao ensino superior.
A direção fez propostas para a sua alteração e para uma aplicação gradual dos exames e espera que, pelo menos em parte, estas propostas sejam atendidas pelo M.E.C. Acreditamos verdadeiramente que a justiça das nossas pretensões, que são as vossas, vai prevalecer. Não porque sejamos fortes ou berremos mais alto mas porque temos razão.
Somos uma escola de artistas, artistas cultos que sabem Português e Filosofia, mas artistas ainda assim e é desse modo que os alunos devem ser avaliados.
Somos a escola dos que querem aprender mais e mais cedo, não a escola dos que fogem ao trabalho. É isso que vamos provar àqueles que querem fazer de nós uma escola das Ciências e das Humanidades com umas aulitas de Desenho para enganar. Não há cursos de música sem instrumentos e nós temos o Projeto e as nossas oficinas. Sabemos que não basta pensar nas coisas é preciso fazê-las e devemos rejeitar este modelo em que vos querem dar cada vez menos aulas para terem tempo para estudar para os exames.
A escola existe para ensinar, para dar aulas, para dar espaços de trabalho aos seus alunos, não para os mandar para casa estudar. Não para os ordenar pela sua capacidade de responder a perguntas escritas num determinado tempo.
A vossa Soares dos Reis é a casa onde vocês trabalham tanto como outro qualquer trabalhador numa empresa (o mesmo número de horas por semana). Aprendem e fazem dentro da escola, não lá fora em explicações ou a estudar em casa. É assim que deve funcionar.
Vamos defender o nosso modelo juntos contra os que vos acham incapazes de transformar o mundo.
Como vosso professor proponho que sejamos, em protesto, os melhores do mundo. Que este ano as Provas de Aptidão Artística sejam as mais espectaculares. As notas de Português, História, Desenho ou Filosofia sejam as mais altas. Contra tudo e contra todos porque ninguém pára um artista com uma causa.
Proponho usarmos o artista chinês Ai Weiwei como inspiração contra esta visão preguiçosa do mundo que nos querem impor. A liberdade de um artista nunca termina e é nos momentos difíceis que o seu trabalho se levanta ainda mais relevante e genial. Para nós este é o momento de sermos geniais.
José António Fundo
Professor de Imagem e Som
Escola Artística de Soares dos Reis.
Notícia da Agência Lusa (via Jornal Público) neste link.
segunda-feira, dezembro 03, 2012
Por uma internet livre.
A luta por uma sociedade livre, contra o poder esmagador do capital de Wall Street, a luta em defesa de uma internet livre, está hoje perdida. É importante, apesar de tudo, que aqueles que participam no processo de destruição da liberdade e do espírito humano saibam que nós sabemos quem eles são e o hoje não é o amanhã. É importante que o 1% que domina não durma descansado. Nem uma noite.
Via MotherBoard (lê o artigo de Brian Anderson que deu a origem a este post).
A Free Network Foundation.
quarta-feira, novembro 14, 2012
Serei sempre contra o projeto meritoCratico.
Público 13.11.2012 - 18:31 Por Clara Viana
As escolas públicas, inundadas em burocracia, obrigadas a funcionar como empresas públicas sem poderem contratar pessoal competente para os seus serviços administrativos, obrigadas a cumprir o código da contratação pública sem um único economista ou advogado no quadro - são as únicas empresas públicas em que isto acontece - terão daqui para a frente menos recursos financeiros. O que equivale a menos recursos educativos.
Enquanto o Ministério estrangula as escolas públicas, vai criando dificuldades aos seus alunos no acesso ao ensino superior:
- Exames relativos a três anos de ensino - Onde já se viu? Nenhum adulto admitiria fazer isto, preparar dois ou três exames para a mesma semana com dois ou mais anos de matéria dada para cada um. Não é facilitismo nenhum rejeitar esta proposta, é só sensato. Esta regra beneficia os do costume, os que fazem os exames em ambiente controlado com recursos ilimitados e sem pressão nas notas.
- Acabar com o contributo da Educação Física para a média do ensino secundário - Uma área em que a oferta de muitos colégios privados de excelência é muito carênciada. Em breve nem obrigatória será. Quem quer saber do desporto e da educação desportiva? Crato não é de certeza.
- Criação de exames como barreira nos sistemas alternativos aos enfadonhos ciêntifico-humanísticos - Os exames nos cursos profissionais serão inclusive a disciplinas que os alunos nunca frequentaram. Gostaria de saber qual a reação das elites se os meninos dos colégios fossem assim surpreendidos de um momento para o outro? É inaceitável esta medida.
- Acabar com o ensino vocacional de qualidade e concentrar a avaliação dos alunos em disciplinas clássicas e genéricas favorecendo mais uma vez os colégios privados com poucas condições para um ensino diversificado. É mais barato ensinar para exames de Português, Filosofia ou Matemática do que ter oficinas equipadas e projetos educativos dinâmicos e diversificados.
Agora o aluno tem de decidir no final do 11º ano se quer prosseguir estudos? Não pode decidir mais tarde, no fim do 12º ano? Não é livre de o fazer sem ter necessariamente de fazer um exame a uma disciplina que já terminou no 11º ano? É que há mais cadeiras para se fazer exame. Escolher a Filosofia e o Português é apenas avaliar alunos de artes com um peso descomunal da área das letras desvirtuando qualquer avaliação do seu percurso. E passa a haver duas médias. Uma de conclusão e outra para prosseguimento de estudos. O que significa que vão surgir alunos com o 12° ano feito sem direito a prosseguir estudos no ensino superior em Portugal. Mas lá fora já podem. Que inteligente!
Presumo que as Belas Artes e as Faculdades de Arquitetura e de Design ou Audiovisual não foram consultadas sobre a qualidade dos alunos do artístico especializado ou sequer sobre as competências do aluno que para lá concorre. E agora o trabalho dos alunos na sua área vocacional como é a Prova de Aptidão Artística ou a Formação em Contexto de Trabalho não conta? E conta um exame de Filosofia?
Quem é que se lembra de medidas como estas?
A resposta é só uma. Um ministro com uma agenda. Favorecer o ensino privado em primeiro lugar, enterrar o ensino público, depois de o condenar aos maus resultados e ao abandono (talvez para o vender mais tarde), e criar em Portugal um sistema de ensino que garante a reprodução social. Os filhos dos ricos vão para a faculdade, os dos pobres vão para aquela coisa importada da Alemanha, aprender a ser operários das Auto-Europas do futuro estado feudal português. Nuno Crato é muito pior do que Vitor Gaspar. O problema de Crato é que as escolas são bem mais duras do que os contribuintes e esta luta não termina nunca. Havemos de ter um ensino público de qualidade e um sistema de ensino justo para todos. Apesar de Crato, apesar do Ministério da Educação a escola pública artística vai prevalecer.
Outra nota:
Há quem me diga que mais vale estar calado. Que serei prejudicado por escrever o que penso. Haverá quem se vai aproveitar da minha vontade de escrever para prejudicar a Soares dos Reis e marcar pontos para a meritoCratia. Tenho recebido ataques mas permaneço convicto do que escrevo. Não gosto desta política. Não gosto. Não vou fingir que gosto. A minha função como subdiretor da Soares dos Reis obriga-me a ter uma opinião sobre a organização administrativa e pedagógica da escola, do ensino artístico. Podia ficar calado, à espera da palmadinha nas costas dos senhores com poder ou influência, ou então defender os meus alunos, os meus colegas, a minha escola. Decidi-me pela segunda.
segunda-feira, novembro 12, 2012
Pétain Passos, o agente de liquidação.
Só faltou dizer que fazemos mais a metade do preço porque por cá vamos deixar de comer bifes e voltar ao tradicional batatas com batatas transmontano do tempo do estado novo.
Claro que quando estivermos mesmo no chão abre-se outra fábrica de automóveis com trabalho mais barato. É sempre um bom negócio. Repare-se que em inúmeras reportagens se fala da qualidade dos trabalhadores portugueses, esses mesmos a quem se paga cada vez menos e se acusa de pouca produtividade e que viveram muito acima das possibilidades durante este tempo todo (Jonet et al, 2012). Os alemães gabam a formação dos engenheiros e enfermeiros, esses mesmos que vêm do péssimo ensino português e das Universidades Públicas que gastam demais.
Até o raio do sol serviu para um triste espectáculo de subserviência. Ver o provinciano Presidente a dizer, num inglês tosco, que nunca viu tantos fotógrafos é tão triste que nem há palavras.
No fim foi bom saber que ainda há dinheiro para todo o aparato policial e que, num país onde até os feriados vão acabar, podemos encerrar ruas e parar o comércio numa das mais importantes zonas turísticas de Lisboa. Afinal nem tudo é mau.
domingo, novembro 11, 2012
Mais virão...
Isabel Jonet insiste... E vai falar à Radio Renascença. Que surpresa. Jonet cava ainda mais o buraco em que se meteu. Mas gosta de lá estar porque é moda agora. É moda aqueles a quem nada falta apregoarem a soberba da nação.Isabel Jonet lamenta polémica mas mantém posição sobre pobreza no país
11.11.2012 - 08:26 Por PÚBLICO
Comportamo-nos todos como ricos! É inaceitável. O povo é suposto ser pobre, comer mal, usar roupa oferecida e em segunda mão. Sem pobres o que seria da Igreja e do seu único contributo social?
O discurso do "acima das nossas possibilidades" põe a dormir sossegados aqueles inocentes - leia-se de inteligência abaixo da média - que querem acreditar que foi a meritocracia divina que os colocou no caminho da prosperidade. Que eles a merecem. Que todos os outros merecem realmente ser pobres e ser castigados por desejarem comer melhor, vestir melhor e tirar mais partido da vida. Assim é a natureza da nossa sociedade uns ricos e outros pobres.
Jonet nem percebe o que disse de errado. Muita gente não percebe o porquê de tanta polémica. A nossa pobreza, a do país, é justa do seu ponto de vista. Pelo menos para aqueles que não a sentem, que nunca a virão a sentir, a pobreza dos outros será sempre justa. O lugar de Jonet na sociedade portuguesa é a olhar de cima, a julgar, e a dar uma mãozinha aos coitadinhos. Uma santa!
Se esta crise alguma vez teve um lado positivo foi o de nos revelar a verdadeira natureza de algumas personagens. Estão a aparecer e a dizer as tolices que lhes saem pela cabeça tonta. Mais virão...
sábado, novembro 10, 2012
O Fetiche dos Coitadinhos
Rejubila com a austeridade e a notoriedade que lhe caberá no futuro. Será a salvadora, distribuidora do arroz e da massa e dos feijões que eu e tu, parvos, pagamos e entregamos generosamente àqueles miúdos à saída do supermercado. Eu a pensar que estava a tirar a fome a alguém e percebo que, pelo caminho, estou a encher o ego de uma Jonet. Um dia uma Jonet, outro dia um Ulrich, enfim...
Nada de salários justos, porque os portugueses que vivem acima das suas possibilidades, têm, já faz tempo, os mais baixos salários da Europa.
Nada de emprego e muito menos de apoios contra a pobreza. Rendimentos Sociais de Inserção ou Subsídios de Desemprego, em Portugal mais baixos do que na generalidade dos países europeus, vão contra os princípios de Jonet porque lhe tiram a clientela.
Este fetiche do coitadinho não é de hoje. Fica bem ao rico ter o seu pobrezinho de estimação. (ler a crónica de António Lobo Antunes "Os pobrezinhos" para perceber, basta procurar no Google)
Esta teoria da caridadesinha cristã redentora dos mais ricos e poderosos é muito popular na América. Políticas para acabar com a pobreza é fugir delas. Reunir camiões de comida enlatada ou distribuir sopa em panelões com as unhas arranjadas por baixo das luvas de plástico isso sim, é de santo.
Não tenho duvidas de que muita gente foi alimentada pelo Banco Alimentar mas imaginaria o seu dirigente máximo a defender políticas de apoio social, de luta contra a pobreza. Pelo contrário, a senhora defende a generalização da pobreza.
Isabel, diz-me tu, o que deste de jantar hoje aos teus filhos?
quinta-feira, novembro 01, 2012
No jogo do aguenta, aguenta sempre o mesmo! (republicada do facebook)
Fernando Ulrich, nascido de família de banqueiros, com origem alemã - vá-se lá perceber o raio da coincidência - não sabe o que é austeridade. Nasceu em berço de ouro e foi sempre rico. Apesar disto nem o seu curso acabou e percebe-se agora porquê (ler páginas da wikipédia a seu respeito tanto em português como em inglês). Ninguém o ouviu tão arrogante quando o banco que dirige recorreu a ajuda do estado neste termos: «O plano de recapitalização inclui a subscrição pelo Estado, em 29 de Junho de 2012, de instrumentos de dívida elegíveis para fundos próprios core tier one (obrigações de conversão contingente), no montante de 1,5 mil milhões de euros, que será reduzido para 1,3 mil milhões de euros logo após a realização do aumento de capital» (retirado do site agenciafinanceira.iol.pt com data de 6 de abril de 2012). A sua incompetência e dos seus parceiros noutras instituições financeiras trouxe-nos até aqui. A um ponto em que para ele continuar a ser rico os nossos impostos têm de pagar os juros e os empréstimos que o estado português tem de contrair para manter os cofres do seu banco cheios. Todos juntos, austeridade incluída, contribuímos para o facto de o BPI apresentar de Janeiro a Setembro de 2012 um lucro líquido consolidado de 117.1 M.€ (subida de 15.3% relativamente aos 101.5 M.€ registados no período homólogo de 2011). Mas não lhe chega. Ele ainda quer mais. É de uma falta de respeito e ignorância que não pode passar em branco. Não há quem aguente estes Ulrichs, Borges e associados e a sua completa e absoluta falta de respeito pelo povo português.Fernando Ulrich: “O país aguenta mais austeridade?... Ai aguenta, aguenta”
Fala-se agora da refundação do Estado. Cheira-me a golpe de estado. Em boa verdade o Presidente da Republica assim que ouvisse alguém dizer que o FMI está em Portugal a negociar com o Governo a refundação do Estado deveria mandar chamar o Primeiro Ministro e ameaça-lo de eleições antecipadas. Ninguém votou a refundação do Estado, muito menos feita para beneficiar os interesses do FMI e da Europa rica.
sábado, outubro 27, 2012
Um Autarca verdadeiramente generoso.
Escreve um texto a criticar a política social do governo, a sua falta de apoio a programas de solidariedade, mas não resiste a dizer o que pensa do Rendimento Social de Inserção. Prémio, para ele, imerecido para os que "não querem trabalhar e acham que os outros os devem sustentar". Foi um pouco bruto para quem usufrui deste apoio e precisa dele. Com certeza não gostaria de estar num aperto, precisar da ajuda do estado, e chamarem-lhe automaticamente preguiçoso e oportunista. Equivaleria talvez a pensar... Autarca igual a corrupto ou vigarista... exemplos a provar esta última teoria não faltam. Rui Rio, caso lhe chamassem estes dois últimos adjectivos, correria para um advogado a pedir a devolução da dignidade. Mas não se coíbe de fazer juízos sobre os outros. Dirá que são só alguns e eu direi que é responsabilidade dos políticos desenhar sistemas justos e que não permitam a burla. Nem todos os cidadãos são honestos é verdade, mas as generalizações não deveriam agradar aos políticos porque eles não se saem nada bem na fotografia.
Outro aspecto interessante é Rui Rio achar positivo pôr esta gente, que tão pouco recebe, a trabalhar na Câmara Municipal do Porto. O R.S.I. é uma prestação de apoio, não é, até pelo seu valor, um vencimento. Ainda que o valor seja aumentado para prestar o trabalho que estão a prestar estes trabalhadores merecem o mesmo tratamento que os outros, um contrato, uma avaliação, até uma carreira, mas não... porque o R.S.I. é antes demais um castigo da sociedade aos poucos produtivos e portanto se assim é tem de se pôr esta gente a trabalhar. No fim, ironia das ironias, diz-nos que são óptimos trabalhadores e pessoas honestas. A minha sugestão é esta: ofereça-lhes trabalho, igual aos outros, até porque precisa deles caso contrário não os tinha colocado nas tarefas. O trabalho dos beneficiários do R.S.I. representa uma poupança ilegítima no valor do trabalho e é o principio de um novo modelo de escravatura. Alguém é despedido e vai cumprir funções iguais em empresa parecida mas a receber um "subsídio" abaixo do seu vencimento original e ainda deve agradecer.
A nossa sociedade, a portuguesa, a europeia, a ocidental, está podre e a vergonha não existe, nem nas palavras escritas de um editorial, esse sim, imerecido e que desconsidera o trabalho e o cidadão com dificuldades. O governo é mau, Rui Rio, mas é o teu governo, dos teus amigos e parceiros políticos, com as tuas ideias e preconceitos. Poupa-nos à tua filosofia moralista. Obrigado.
sexta-feira, outubro 26, 2012
Porque descem a prestações sociais e aumenta a desigualdade no pais? (republicação do facebook)
Um Governo abaixo do limiar da vergonha
O problema do combate às desigualdades no Governo é só um. O Governo não pretende combater as desigualdades. Toda a filosofia económica e todo o sistema financeiro em que o Governo acredita funciona com base nas desigualdades, na meritocracia económica e moral. Simplificando: tens menos porque mereces menos, ou simplesmente, tens o que mereces. Não há aqui qualquer análise complexa de um sistema que favorece determinados tipos de burla e castiga muitos tipos de trabalho. Não há aqui qualquer reflexão sobre as injustiças sociais de um sistema no sentido de o corrigir, de o acertar, de evitar o acentuar das desigualdades. Não há, porque se aceita, sem mais, que a condição de pobre é o resultado justo do sistema. Todos os sistemas falham, não existe o sistema perfeito. Por isso todos os sistemas têm processos de salvaguarda, de ajustamento.
O que está a acontecer é que temos um Governo fundamentalista do sistema que não acha que se deva corrigir, ou ajustar coisa nenhuma. É assim porque Deus quis e a economia assim o ditou. Por isso, se alguém está desempregado, sem casa ou mesmo doente que se amanhe. Os cortes atuais têm como objetivo moralizar a sociedade e castigar o mais desfavorecidos. Não têm motivações de corte na despesa, já se percebeu que o Governo não sabe por onde começar a cortar. É contra este tipo de moral, contra este tipo de projeto social, que pretende construir uma nova sociedade feudal, povo ariano do norte à frente a comandar, que devemos lutar.
Não defender os interesses dos mais desfavorecidos e abdicar de lutar para acabar com as desigualdades é também afirmar que Portugal deixou de ter direito a um futuro na Europa. O nosso Governo não percebe isso.
sábado, outubro 13, 2012
Os Rankings, as Escolas, os Alunos e a Soares dos Reis (re-puplicação do Facebbok)
Rankings: metade das escolas públicas fica aquém do esperado
Parece que descobriram agora que escolas que seleccionam os alunos, cobram couro e cabelo e enchem as crianças de explicações e horas extras, essas crianças a quem não falta quem lhes leia livros nem livros para ler, não falta quem lhes compre computadores, essas crianças a quem a depressão diária das dificuldades económicas não afecta, essas escolas têm melhores resultados naquela coisa dos exames - agora chamam-lhe avaliação externa. Estou para a minha vida de surpreendido! Esta hipocrisia meritocrática tem de acabar. O trabalho de centenas de escolas com alunos a lutar contra todas as adversidades parece que não interessa a ninguém e confunde-se esse facilitismo económico com qualidade. A estupidez generalizada do discurso sobre educação em Portugal tem eco nos media que exultam a cada golpe na escola pública. A Soares dos Reis para já está de fora dos rankings. Um dia que lá esteja não haverá um único ponto ou décima que diga respeito à liberdade que o aluno lá viveu, ao seu crescimento pessoal e artístico, ao seu sucesso e trabalho que a tanta gente deixou os queixos em baixo. Quando um visitante vê a nossa exposição e fica fascinado, que saiba que nenhum daqueles trabalhos, centenas de trabalhos, vale um ponto que seja no nosso ranking. Termos um grupo que apoia os mais necessitados não vale um ponto que seja. Promovermos o Open-source não vale um ponto que seja. Integrarmos os que têm necessidades educativas diferentes não vale nada. Trabalharmos horas a fio com os alunos no Projeto e ganhar prémios com muitos desses trabalhos vale zero. Mas sobretudo a felicidade de cada aluno, as lágrimas por perder aquele curso e ganhar outro e a coragem de abraçar cada arte cada novo desafio, a alegria que a escola dá quando ajuda a aprender a fazer coisas, coisas que ficam, o amor e respeito que todos nós ex-alunos sentimos pela escola e a vontade de que os nossos filhos a frequentem, vale absolutamente zero nos rankings. Mas ainda há gente que acredite neles e perca a oportunidade de ter os filhos a aprender coisas reais entre colegas reais e procure as escolas da realeza para aprender a sentar e a marrar para aquela coisa dos exames. É triste.
A Propósito das Declarações do patriarca de Lisboa, D. José Policarpo (republicação do facebbok)
A propósito desta notícia do Jornal Público de 12 de Outubro...
Patriarca diz que democracia na rua corrompe a democracia
"Não se resolve nada contestando"..."até que ponto se consegue uma saúde democrática com a rua a dizer como se deve governar." ... "Penso que este sacrifício levará a resultados positivos". Este senhor tem uma ideia de democracia diferente. Em que as pessoas participam pouco ou nada e um líder, escolhido entre pares de uma elite, comanda sem a possibilidade de ser contestado. Da ultima vez que me lembro esta "democracia" tinha outro nome. Para ele, manter o coletivo a acreditar numa quimera só alcançável pelo sacrifício é o seu dia a dia. Não tem qualquer problema com o aumento da pobreza porque é nela que encontra os seus apoiantes e sabe que fica a ganhar com tudo isto. Mas, apesar de tudo, este senhor não tem objectivos pérfidos. Ele acredita realmente nisto. Tem uma educação tolhida e encolhida. É evidente que acredita na representatividade. Só é pena que não acredite no conceito do fim da representatividade, algo que surge naturalmente quando um representante quebra um laço de confiança com quem o elegeu com outros pressupostos. Mas quando um país inteiro é levado a sacrifícios para atingir um dia a salvação económica este senhor entra em êxtase religioso. O discurso do nosso governo é um discurso católico. Estamos a pagar o nosso pecado, com o sacrifício, e um dia virá a salvação. Quando? Isso só Deus sabe... É a forma mais fácil de pastorear o cordeiro luso. Nota final: O Padre Carreira das Neves quando lhe ocorre falar sobre escola (agora mesmo na SIC notícias) a primeira palavra que diz é "disciplina" e nunca refere educação ou formação. Deve querer dizer alguma coisa acerca da escola destes dois senhores. Tenham cuidado, tenham muito cuidado.
sexta-feira, outubro 05, 2012
O Presidente e a Bandeira Invertida.
quarta-feira, setembro 26, 2012
Protestos em Madrid (republicação do facebook)
sábado, setembro 22, 2012
O Zombie Gaspar
sábado, setembro 15, 2012
Manifestação de 15 de Setembro (republicação do facebook)
quinta-feira, setembro 13, 2012
A crise da dívida na Zona Euro (republicação do facebook)
quarta-feira, agosto 22, 2012
O que já fez François Hollande em França...
Após uma pequeníssima busca descobri a origem deste texto neste neste blog.Isto é o que fez o François Hollande (não palavras ... actos) ... em 56 días no cargo:
- Suprimiu 100% dos carros oficiais e mandou que fossem leiloados; os rendimentos destinam-se ao Fundo da Previdência e destina-se a ser distribuido pelas regiões com maior número de centros urbanos com os suburbios mais ruinosos.
- Tornou a enviar um documento (doze linhas) para todos os órgãos estaduais que dependem do governo central em que comunicou a abolição do "carro da empresa" provocativa e desafiadora, quase a insultar os altos funcionários, com frases como "se um executivo que ganha € 650.000/ano, não se pode dar ao luxo de comprar um bom carro com o seu rendimento do trabalho, significa que é muito ambicioso, é estúpido, ou desonesto. A nação não precisa de nenhuma dessas três figuras ". Fora os Peugeot e os Citroen. 345 milhões de euros foram salvos imediatamente e transferidos para criar (a abrir em 15 ago 2012) 175 institutos de pesquisa científica avançada de alta tecnologia, assumindo o emprego de 2560 desempregados jovens cientistas "para aumentar a competitividade e produtividade da nação."
- Aboliu o conceito de paraíso fiscal (definido "socialmente imoral") e emitiu um decreto presidencial que cria uma taxa de emergência de aumento de 75% em impostos para todas as famílias, líquidas, que ganham mais de 5 milhões de euros/ano. Com esse dinheiro (mantendo assim o pacto fiscal) sem afetar um euro do orçamento, contratou 59.870 diplomados desempregados , dos quais 6.900 a partir de 1 de julho de 2012, e depois outros 12.500 em 01 de setembro, como professores na educação pública.
- Privou a Igreja de subsídios estatais no valor de 2,3 milhões de euros que financiavam exclusivas escolas privadas, e pôs em marcha (com esse dinheiro) um plano para a construção de 4.500 creches e 3.700 escolas primárias, a partir dum plano de recuperação para o investimento em infra-estrutura nacional.
- Estabeleceu um "bónus-cultura" presidencial, um mecanismo que permite a qualquer pessoa pagar zero de impostos se se estabelece como uma cooperativa e abrir uma livraria independente contratando, pelo menos, dois licenciados desempregados a partir da lista de desempregados, a fim de economizar dinheiro dos gastos públicos e contribuir para uma contribuição mínima para o emprego e o relançamento de novas posições sociais.
- Aboliu todos os subsídios do governo para revistas, fundações e editoras, substituindo-os por comissões de "empreendedores estatiais" que financiam acções de actividades culturais com base na apresentação de planos de negócios relativos a estratégias de marketing avançados.
- Lançou um processo muito complexo que dá aos bancos uma escolha (sem impostos): Quem porporcione empréstimos bonificados às empresas francesas que produzem bens recebe benefícios fiscais, quem oferece instrumentos financeiros paga uma taxa adicional: é pegar ou sair.
- Reduzido em 25% o salário de todos os funcionários do governo, 32% de todos os deputados e 40% de todos os altos funcionários públicos que ganham mais de € 800.000 por ano. Com essa quantidade (cerca de 4 milhões) criou um fundo que dá garantias de bem-estar para "mães solteiras" em difíceis condições financeiras que garantam um salário mensal por um período de cinco anos, até que a criança vai à escola primária e três anos se a criança é mais velha. Tudo isso sem alterar o equilíbrio do orçamento.
Resultado: Olhem que SURPRESA !!!
O spread com títulos alemães caiu, por magia. A inflação não aumentou. A competitividade da produtividade nacional aumentou no mês de junho, pela primeira vez em três anos.