quinta-feira, setembro 13, 2012

A crise da dívida na Zona Euro (republicação do facebook)

Como facilmente se comprova por estes gráficos publicados no site da BBC  as obrigações que nos são impostas pela troika são uma moda, mais ou menos cruel, sem um histórico de sentido. Ou seja, no passado outros países tiveram deficits e dívidas superiores sem que por isso tenham sido 
castigados. O único motivo para este programa é a vontade dos credores de receber mais pela mesma dívida. Para isso basta que digam - via agências de rating - que acreditam menos que somos capazes de pagar. Não há, ao contrário do propagado, nenhuma fórmula específica que defina a possibilidade de um país pagar ou não a sua dívida. Isso é pura especulação. Por outro lado está estatisticamente comprovado que os economistas são pura e simplesmente incapazes de fazer previsões coerentes sobre o futuro das economias. Os economistas limitam-se a um exercício de "wishful thinking" mais pessimista ou mais otimista. Depois fazem umas contas que dão o resultado que eles antecipadamente desejaram - ver o caso da TSU e do governo. Há uma generalizada ignorância por entre aqueles que apregoam a técnica de contar moedas, sobretudo quando se fala em grandes números. Chamam-lhe macro-economia. O nosso atual presidente dava aulas disso, imaginem! Esta crueldade externa sobre o nosso país é um novo tipo de invasão. Um expediente que moralisa e justifica a passagem de dinheiro das pessoas para os grandes grupos financeiros. Até os holandeses falam em austeridade e os alemães (o povo) sempre a conheceram. Para os ditadores do sec. XXI um país rico é um país com um povo pobre, uma classe política corrupta e instituições financeiras muito ricas. Ver o caso do Brazil e das suas favelas e dos seus traficantes. Cheio de pobreza, bem pior do que a nossa, uma classe política de fugir, mega-empresas comandadas a partir do exterior.
A insanidade que nos comanda até ao precipício tem por objetivo não apenas o enriquecimento pessoal de alguns mas também um desejo estranho e estranhamente familiar de purga do país, por uma nova ordem que vê a pobreza como uma espécie de superioridade moral e o sacrifício como um exercício de limpeza. Estão a mandar-nos ir a pé a Fátima a pão e água convencendo-nos que nos trará o céu. Mas o céu não existe e esta crise durará até que os bolsos dos seus autores estejam cheios. Não depende em absolutamente nada dos nossos sacrifícios.

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