domingo, agosto 25, 2013

Morreu o economista António Borges.

Morreu o economista e conselheiro do governo António Borges.

A morte de alguém é sempre trágica mas não podemos esquecer que António Borges representou o pior que a economia tem para oferecer aos regimes democráticos contemporâneos. As políticas neo-liberais que praticou e defendeu são responsáveis por muita pobreza e infelicidade. O regime neo-liberal deu cabo do país, da Europa, das economias mundiais. A. Borges esteve demasiadas vezes nos centros de poder que orientaram estas políticas. Inclusive no banco de investimentos Goldman-Sachs.

A preocupação exclusiva pelo lucro privado e a crença (não tão inocente quanto isso) de que os mercados tudo nivelam e se auto-regulam provaram ser princípios que levam ao caos económico e beneficiam apenas os que já são ricos. O seu contributo para o país não foi uma mais valia. A sua troça pela pobreza do português comum não deve ser esquecida.

Portugal nada deve ao economista António Borges. Não vamos agora embarcar em agradecimentos porque nada lhe devemos. Portugal não perdeu nenhum intelectual importante, nenhum benfeitor, nenhum artista que tenha acrescentado à nossa riqueza cultural. Perdeu apenas um chefe de fila de um grupo de interesseiros que finge ter ideias globais para atingir objetivos privados e pessoais. Não merece lugar nenhum de destaque.

Infelizmente o poder político vai dizer o contrário e muita gente aparecerá a fazer o elogio do que nunca existiu.

Deve haver respeito pelo ser humano e pela família que com certeza sofre.

Nota: O cartoon desta noticia é uma alteração de um outro desenhado em Outubro de 2012

Para actualizar o post... No meu facebook:
"Os Bombeiros Portugueses que se amanhem. Não merecem condolências dos Portugueses, de acordo com o nosso Presidente.
Já A. Borges merece que o nosso Presidente apresente condolências em nome de todos nós. Está lá escrito "Em nome dos Portugueses e em meu nome pessoal". Pergunto-me se todos os académicos internacionalizados têm direito a este tratamento e se não haverá quem, pelo seu sacrifício para o bem de todos, não merece bem mais esta honra.
Para Cavaco Silva este senhor foi um dos "um dos economistas mais brilhantes da sua geração", sobretudo no modo absolutamente cego como procurou políticas de desregulação dos mercados com os efeitos que se conhecem, acrescento eu.
"Ambicionava um Portugal mais próspero e desenvolvido e nunca desistiu de lutar por esse ideal." Por isso mesmo advogava a diminuição dos salários dos portugueses. Sobretudo dos que já ganham menos. A prosperidade de que fala Cavaco deve ser apenas para aquele circulo de gente que anda a voar à volta do estado como as moscas e depois faz carreira universitária a dizer mal do mesmo.
O que vale é que já estamos habituados..."

Sem comentários: