ultado foi uma manifestação que parecia verdadeiramente assustadora para qualquer governante. Não um protesto pacífico que serve para Paulo Portas ainda mandar mais no país. Não digo para começar-mos todos à pancada, não quer dizer que não resulte, mas há sempre gente que se magoa e vê a sua propriedade destruída e isso deve evitar-se até ao limite. É fundamental, apesar de tudo, que a classe política sinta que está a ser governada pelo povo. Devem sentir-se cercados até nos devolverem a confiança. Nesse sentido as declarações da comissão Europeia e do Banco Central Europeu sobre as medidas de austeridade a adotar em Portugal são inaceitáveis vindas de duas instituições responsáveis pelo mau governo Europeu e dominadas por políticos não eleitos. Essa ingerência na soberania, mesmo da parte de um credor - agiota que à força se impôs - noutro tempo teria outra resposta. É importante que os governos e instituições europeias se sintam cercados pelos cidadãos que estão a ser chamados a pagar uma dívida que lhes foi imposta e que serviu apenas para encher os bolsos de uma elite financeira mundial. O cerco do Congresso dos Deputados em Madrid é importante por muitos mais motivos do que os feridos e os detidos.
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quarta-feira, setembro 26, 2012
Protestos em Madrid (republicação do facebook)
Apesar do jornal Público se entreter com as trivialidades do número de detidos e feridos nos protestos de Madrid o facto é que os Espanhóis, a sofrer menos do que os Portugueses, foram bem mais agressivos nos seus protestos e montaram uma manifestação justa e digna desse nome. O motivo é o mesmo. A ausência de uma governação democrática em defesa dos direitos dos cidadãos, da igualdade e do respeito pela dignidade humana. Não valerá muito a pena ser pacífico, pensarão muitos espanhóis, na verdade nisto das revoluções nunca funcionou muito bem o pacifismo. Aquelas barreiras metálicas também não estão ali a fazer nada. São barreiras ideológicas que protegem os governantes da opinião e do embaraço do confronto com os seus eleitores. Os governos europeus estão a precisar de governo. Em Espanha a sombra da guerra civil, a dúvida sobre a legitimidade governativa e a falsa coesão política estão sempre muito presentes num povo com sangue na guelra. O res