... para quebrar o vazio.
"estou a meter estas palavras no papel, sem crítica, não pretendo ter graça, não pretendo ser profundo, não pretendo impressionar ninguém: recuperei a infância, sou um miúdo espantado. E, tal como quando era miúdo, não morrerei nunca, qualquer fada obscura parece condenar-me à felicidade, uma dia dura que tempos, peguem-me ao colo."
António Lobo Antunes in Público 2008
Com tanta coisa a acontecer. Com o anunciado fim da confiança que depositámos nos nossos contadores de moedas. Com a revolta dos meus colegas professores com qualquer coisa mal feita que nem sequer quero entender bem. Com a morte do Paul Newman mais um filme dos Cohen e outro do Clint. A MacDonalds quer patentear a ordem pela qual montam uma "sandes" de carne picada. Tudo isto não me faz sair da letargia que me impede de opinar, de participar, de contribuir para este blog só meu. Pelo contrário estas palavras de António Lobo Antunes impelem-me a caneta sobre um bloco de papel. Nem sequer é no computador, como já me acostumei.
Porque ando preocupado com estas marcas no meu rosto, com os traços do tempo que cada vez mais me fazem companhia. "Estás um bocado acabado." disse-me, comigo ainda deitado na cama. Não me parece justo, não tive tempo.
Ainda me lembro de querer ser guarda-redes do Porto, de ainda ser possível. De querer passar a vida com uma guitarra pendurada nas costas e insultar o sistema mais os seus contadores de moedas, mas os meus dedos lentos e gordos nunca concordaram com esse projecto. Agora, no intervalo da escrita deste texto, ainda tento convencer um aluno a chegar às aulas a horas. Não faz sentido.
O António Lobo Antunes abriu uma janela. Há um lado de lá, uma paisagem pelo menos. Eu não aguento é este intervalo, esta necessidade de ser engraçado ou profundo, esta necessidade de impressionar. Estou cansado deste meio termo e ainda agora começou. Sempre fui de me cansar depressa, bem sei, à custa da minha rinite ou sinusite crónicas. Fiquei a saber bem cedo que nunca poderia jogar à bola a sério... Há quem diga que nunca me esforcei verdadeiramente. Provavelmente têm razão. Percebi há algum tempo que não se pode esperar porque não chega nunca... deve-se sempre ir buscar. Todos os dias.
Com tanta coisa a acontecer. Com o anunciado fim da confiança que depositámos nos nossos contadores de moedas. Com a revolta dos meus colegas professores com qualquer coisa mal feita que nem sequer quero entender bem. Com a morte do Paul Newman mais um filme dos Cohen e outro do Clint. A MacDonalds quer patentear a ordem pela qual montam uma "sandes" de carne picada. Tudo isto não me faz sair da letargia que me impede de opinar, de participar, de contribuir para este blog só meu. Pelo contrário estas palavras de António Lobo Antunes impelem-me a caneta sobre um bloco de papel. Nem sequer é no computador, como já me acostumei.
Porque ando preocupado com estas marcas no meu rosto, com os traços do tempo que cada vez mais me fazem companhia. "Estás um bocado acabado." disse-me, comigo ainda deitado na cama. Não me parece justo, não tive tempo.
Ainda me lembro de querer ser guarda-redes do Porto, de ainda ser possível. De querer passar a vida com uma guitarra pendurada nas costas e insultar o sistema mais os seus contadores de moedas, mas os meus dedos lentos e gordos nunca concordaram com esse projecto. Agora, no intervalo da escrita deste texto, ainda tento convencer um aluno a chegar às aulas a horas. Não faz sentido.
O António Lobo Antunes abriu uma janela. Há um lado de lá, uma paisagem pelo menos. Eu não aguento é este intervalo, esta necessidade de ser engraçado ou profundo, esta necessidade de impressionar. Estou cansado deste meio termo e ainda agora começou. Sempre fui de me cansar depressa, bem sei, à custa da minha rinite ou sinusite crónicas. Fiquei a saber bem cedo que nunca poderia jogar à bola a sério... Há quem diga que nunca me esforcei verdadeiramente. Provavelmente têm razão. Percebi há algum tempo que não se pode esperar porque não chega nunca... deve-se sempre ir buscar. Todos os dias.
3 comentários:
Bem, que posso eu dizer...
2008 já passou agora resta fazer de 2009 um ano melhor.
Esses traços do tempo, do qual andas preocupado são reflexo do teu caminho. Caminho que tu se calhar não desejavas, do qual preferias ter seguido outros sonhos, mas do qual digo, ainda bem que foi assim. Posso estar a ser egoísta a dizer isto, mas a verdade é que também poderia não estar aqui a escrever no teu blog e nem esse aluno daqui alguns tempos iria perceber como as horas são importantes, se certas escolhas não tivesses feito.
Acho que não precisas de ter NECESSIDADE de ser engraçado, profundo ou impressionar... o verdadeiro Fundo é por si só tudo isso e muito mais.
Mas tudo isto não passa de palavras de uma miúda sem experiencia nenhuma de vida :)
o medo é o amante da noite que se instala no leito de quem o receia com um sorriso dificil de encarar...não lhe vires as costas...enfrenta-o com o teu melhor sorriso. Beija-o sem receio e com cariho e faz amor com o seu sentimento mais cruel. Ao enfrenta-lo tas a fecha-lo no mais profundo segredo.
ps:faço das palavras da teguesa as minhas palavras.
jcs cecilinha:p
emo...
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